João Batista de Andrade: "Acho que 'Liberdade de Imprensa' ainda é um filme esquecido pelos historiadores, apesar de ter sido apontado como um filme que abria caminho para os anos 70. E também um filme que revelava minha característica básica de filmar, muito valorizada hoje, mais de 30 anos depois: a presença evidente da equipe, da câmera, do diretor, de tal forma que, como diz Jean-Claude Bernardet, o filme capta não o real, enquanto fetiche, mas o resultado dessa presença, dessa intervenção do cineasta diante do real. Por exemplo, dando livros sobre a Imprensa Brasileira para pessoas ler na rua e depois ouvindo-as, ou apresentando, de surpresa, uma edição da revista direitista e clandestina 'Acão Democrática' para o jornaleiro, 'personagem' do filme e perguntando a ele se conhecia a revista: o jornaleiro, diante da surpresa, revela sua devoção à revista, 'que luta contra o comunismo' e também quem a distribuia. O filme, marcado ainda pelo minha militância estudantil, é carregado de idéias, mas sua circulação foi bloqueada pela apreensão no Congresso da UNE"

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