Blade Runner - Cena Final - Meu preferido de ficção-científica. Existencialista e amargurado… fora a sensação de sufocamento que a urbanidade perene provoca no olhar, naquelas tomadas da metrópole infinita em meio à chuva… Engraçado pensar que, após mais de 25 anos, eu revisite a reação que tive ao ver este filme, lembrando do que senti. Tudo bem que o mais interessante seria ler a obra do Philip K. Dick, mas a película tem seu valor. Blade Runner é de 1982, e se bem me lembro, foi a Globo que o exibiu, creio que numa noite de Segunda, lá em meados de 1987, talvez. Eu tinha uns 10 ou 11 anos de idade, portanto, já conseguia entender muita coisa. Mas o dilema existencial da narrativa estava além de minha percepção, claro. O que me relembrou agora foi justamente a impressão insólita que vivi ao observar as cenas que compõem o clímax da história, que é o momento em que Deckard confronta Batty. Em meu coração juvenil, imediatista e impulsivo daquela época, minha expectativa era que Deckard abrisse uns três ou quatro buracos no chefe dos Replicantes naquela cena, ou que o caçador, depois de uma luta sofrida, com um tiro só, abatesse o “boneco”, fazendo-o cair daquela altura toda, espatifando-se no asfalto molhado por aquela chuva torrencial. Mas… minha expectativa foi simplesmente demolida quando Batty desarma Deckard e, para agravar sua condição de indefeso, ainda quebra-lhe um dedo!

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